Governador da Bahia nega intervenção federal para conter crimes, mas admite possibilidade

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, negou que vai pedir intervenção federal para a segurança pública do estado, após os casos de violência registrados no início desta semana, em Salvador. No entanto, o gestor admitiu a possibilidade de adotar a medida futuramente, caso entenda que isso seja necessário.

“Se precisar, não terei problema, mas não há ambiente agora para a gente poder duvidar [da segurança da Bahia]. Não é preciso a intervenção do governo federal no estado da Bahia. Estamos tranquilos e firmes com isso”, disse o governador.

A declaração foi dada antes de Jerônimo Rodrigues participar do tradicional desfile do 7 de setembro, no Campo Grande, em Salvador, na manhã desta quinta-feira (7).

“A Polícia Civil, a Polícia Militar, a nossa fala, é uma fala máxima de segurança. Mas já estamos tendo uma parceria com a Polícia Federal, tanto nas ações de inteligência quanto nas intervenções feitas”, pontuou.

No dia 11 de agosto, a PF e a Secretaria de Segurança Pública da Bahia lançaram a ‘Força Integrada de Combate ao Crime Organizado’. A assinatura do Acordo de Cooperação Técnica visa fortalecer a relação entre os dois órgãos, com o objetivo de intensificar, em caráter especial, o enfrentamento às organizações e associações criminosas.

Desde o início dessa semana, a capital baiana vive uma sequência de trocas de tiros e ações com reféns. Moradores do bairro do Alto das Pombas, em Salvador, deixaram as suas casas depois dos ocorridos. Desde domingo (3), 11 pessoas foram mortas em confronto com a Polícia Militar e oito foram presas no Alto das Pombas e Calabar, bairro vizinho. Mais de 15 armas foram apreendidas.

Os registros de tiroteios intensos começaram na noite de domingo, na região do Alto das Pombas, e seguiram no bairro vizinho, Calabar, ao longo da segunda (4) e terça-feira (5). Também houve troca de tiros no Nordeste de Amaralina e no Engenho Velho de Brotas, com uma pessoa morta.

Com os últimos registros, o balanço da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) entre segunda e quarta-feira é de:

11 pessoas mortas

8 pessoas presas

4 ações com 17 reféns, que foram liberados sem ferimentos

Apreensão de 6 fuzis, 11 pistolas e 3 granadas

Segundo a PM, todas as mortes contabilizadas são de pessoas que tinham envolvimento com facções criminosas.

A violência na capital é, inclusive, atribuída ao crescimento desses grupos, segundo o Secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner. A declaração foi dada em coletiva, após reunião da cúpula da Segurança Pública com o governador Jerônimo Rodrigues.

O secretário faltou a dois chamados da Assembleia Legislativa do estado para prestar esclarecimentos aos deputados estaduais que formam a Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública na Alba. Marcelo Werner é aguardado há seis meses na casa.

Sobre a onda de violência na cidade, em nota, a SSP-BA informou que mantém as ações de inteligência e repressão qualificada em todas as localidades onde houve registros de tiroteios ao longo desta semana.

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