Na última quinta-feira (31 de agosto), o médico André Cezário passou o comando da Secretaria de Saúde de Ilhéus para Dudu Nora. A troca foi comemorada em grupos de servidores municipais da saúde, no WhatsApp.
Cezário está na lista dos piores secretários de saúde de Ilhéus, desde o surgimento do SUS. Sua passagem ficou marcada como um período de perseguições a servidores e agravamento da crise na Atenção Básica. O médico cardiologista foi incompetente a tal ponto, que Ilhéus hoje ocupa o último lugar em Atenção Primária à Saúde, na Bahia.
Cezário também se notabilizou por adotar a retórica bolsonarista/fascista, que passa pela negação insistente da verdade factual. Por meio do Instagram e em declarações à imprensa, o então secretário jamais admitiu erros e deficiências de sua pasta. Como gestor abriu mão da sinceridade e externou justificativas vazias e fantasiosas. Ao se posicionar diante das críticas, acusou os autores de “não trabalhar”. Lamentavelmente, o próprio dificilmente era visto na secretaria, que exigia dele dedicação exclusiva. O mesmo foi denunciado por trabalhar em quatro municípios, além de Ilhéus, em cargas horárias que, somadas, o tornariam onipresente (que está presente em todos os lugares).
Atualmente, é muito difícil marcar uma consulta médica com especialista e exames de média e alta complexidade nos postos de saúde municipais. Para ter acesso a exames básicos, é necessário enfrentar filas a partir das madrugadas, sob o risco de chuvas e assaltos.
O BG apurou que um grupo de mães que reside no bairro Nelson Costa tenta há meses marcar consultas com neuropediatra. Todos os pacientes são menores de idade e alguns são do Espectro Autista. Ao ser indagado sobre esse problema, Cezário afirmou que “não há o que fazer”.
Apesar do fracasso no comando da secretaria, André Cezário será “premiado” com outra função dentro do serviço público. O prefeito Marão o indicou para assumir a diretoria médica da nova Policlínica de Ilhéus. A unidade construída pelo governo estadual será inaugurada até o final deste ano.
O importante é ser amigo do rei.
*Via Gusmão
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