Polícia Civil investiga delegada por permitir que ‘estranho’ com submetralhadora participasse de operação em casa de jogos na BA

A delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Campos de Brito, instaurou um processo para investigar a também delegada Maria Selma Pereira Lima, por permitir que uma pessoa “estranha aos quadros” da instituição participasse de uma operação em uma casa de jogos de azar em Salvador.

O g1 entrou em contato com a defesa de Maria Selma, mas ainda não obteve retorno. Publicada em Diário Oficial, o processo de investigação foi encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA). A apuração é relacionada à operação em abril de 2018. Na época do crime, Maria Selma era titular da delegacia da Pituba, onde a casa de jogos foi descoberta.

A delegada-geral informou ainda que o estranho, identificado apenas pelas iniciais C.M.V.S, portou uma submetralhadora na ação policial. Esse homem pode ser o Cláudio Marco Veloso Silva. Em agosto deste ano, a Justiça recebeu uma denúncia contra Maria Selma no âmbito da Operação Dublê. 

Na época, o MP-BA informou que a delegada investigada cometia o crime junto com ele, que foi denunciado por usurpação de função pública, ou seja: ele participava de operações policiais, armado, sem ser um policial.

Caso a nova investigação, relacionada à operação da casa de jogos se comprove essa participação, a delegada poderá ser demitida do cargo, sob o artigo 197, da lei estadual 6.677/1994. Maria Selma também responderá pelas seguintes infrações disciplinares:

– Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição de sua responsabilidade ou de subordinado;
– Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem;
– Praticar ato definido como infração penal que, por sua natureza e configuração, torne-o incompatível para o exercício da função policial;
– Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares.

Afastamento

A delegada Maria Selma foi afastada por um ano das funções por decisão da Justiça em julho. Ela foi alvo da “Operação Dublê” e é suspeita de envolvimento com uma quadrilha responsável por roubar e clonar carros no estado.

O MP-BA encaminhou a denúncia deste caso para a Justiça em agosto. Na época, o órgão informou que a delegada utilizava a influência que tinha, por causa do cargo, para garantir a impunidade dos membros da quadrilha e facilitar a execução dos crimes.

Falsificação de documento público; falsidade ideológica; uso de documento falso; denunciação caluniosa e fraude processual.

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