Cidades do sul da Bahia enfrentram transtornos por causa de temporais que atingem a região nesta terça-feira (23). Grandes volumes de chuva foram registrados, além de quedas de árvores e alagamentos. Apesar disso, não há informações sobre feridos.
A situação afeta municípios como Itabuna Uruçuca, Coaraci, Almadina, Ilhéus, Itajuípe e Porto Seguro, desde a madrugada. Os municípios têm alertas de cor vermelha, considerados perigosos, emitidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A previsão do órgão para estes locais é de que o céu se mantenha carregado de nuvens. Ainda deve chover forte, ao menos, até quarta-feira (24), inclusive com trovoadas.
Em Ilhéus, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemanden), foram contabilizados mais de 150 milímetros em apenas seis horas, volume considerado bastante elevado. A chuva chegou acompanhada de rajadas de ventos, relâmpagos e trovoadas.
Ao menos duas rodovias que cortam a cidade tiveram pontos de interdição após quedas de árvores: o km 20 da BA-262 e o trecho da BR-415, quase em frente ao campus da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).
Entre as vias com problemas estão as avenidas Itabuna, Lomanto Júnior, Osvaldo Cruz, Esperança, Lindolfo Color e Petrobras, além dos bairros de Hernani Sá, Malhado e Conquista. As áreas mais baixas da cidade foram as mais prejudicadas. Residências e estabelecimentos comerciais, como o saguão de um hotel e o pátio de um posto de combustíveis, foram invadidos pelo lamaçal.
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Esperança teve grande vazamento no teto. Não há detalhes se os leitos foram comprometidos pela água, porém, a administração afirmou que os atendimentos permanecem normais.
A prefeitura de Ilhéus já tinha decretado situação de emergência há pouco mais de um mês, por causa das fortes chuvas. A cidade, conhecida como “princesa do sul”, tem histórico de perdas em períodos chuvosos. Por isso, a Defesa Civil municipal recomenda aos moradores que evitem áreas de risco e se mantenham abrigados. O órgão está disponível através do número (73) 97400-7521.
De acordo com a prefeitura de Itajuípe, cerca de 150mm foram registrados entre domingo (21) e esta terça-feira, e por isso a Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano elabora um esquema para auxiliar os moradores de áreas em estado crítico. Ao menos quatro famílias precisaram ser levadas para um abrigo.
O Rio Almada que banha a região, apresentou aumento de volume por causa do temporal nas últimas horas, mas ainda não se sabe quantos metros o nível aumentou. A água invaviu casas nos bairros Acácio Almeida, Santo Antônio e Santa Edwiges, além de ruas do Centro.
Conforme o Inmet, os temporais recentes são justificados pelas ocorrência simultênea de alguns dos principais sistemas meteorológicos típicos do verão, neste mês de janeiro. Trata-se da formação de um canal de umidade, organizada pela presença de um sistema de baixa pressão no oceano, que contribuemm juntos, para a ocorrência dessas pancadas de chuva, acompanhadas de descargas elétricas e rajadas de vento.
Há uma forte prevalência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), nebulosidade que se estende desde a Amazônia até o Oceano Atlântico, entre a primavera e o verão no Hemisfério Sul.
Este é um dos principais sistemas meteorológicos responsáveis pela reposição hídrica deste período e está associada a uma sequência de dias chuvosos, que costumam provocar grandes volumes e impactos, como alagamentos, transbordamentos de rios e córregos e deslizamentos de terra, resultando em prejuízos nas áreas atingidas.
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