Representantes dos mais diversos terreiros de religiões de matriz africana de vários bairros e distritos de Itacaré, grupos de capoeira, além de convidados de outros municípios regionais participaram na manhã deste domingo(24) da 3ª Caminhada pela Paz e Contra o Preconceito e a Intolerância Religiosa. Organizado pelos povos de terreiros, o evento teve como principal objetivo refletir e reunir todos as pessoas e religiões que pregam o respeito e a liberdade de culto e de expressão.
Esse ano a concentração foi no Quilombo Urbano Porto de Trás, com uma homenagem especial a Mãe Júlia de Nanã, de 79 anos, uma das mães de santo mais tradicionais de Itacaré e que foi uma importante desbravadora na luta contra a intolerância religiosa. Logo depois o cortejo saiu pelas ruas da cidade, com faixas, músicas e reflexões sobre os direitos de todos e a importância da paz e do respeito a todas as religiões. O encerramento aconteceu na Praça do Canhão, com rodas de samba e apresentações de capoeira.
Uma das organizadoras do evento, a sacerdotisa Mãe Rita Freitas, do Ilê Asé Babá Wallamyn, informou que a caminhada cumpriu o seu objetivo de garantir a resistência e cobrar o respeito a todos, sendo mais um passo importante em defesa da paz e contra qualquer tipo de intolerância religiosa. “Nosso povo veio às ruas falar de luta e de direitos. Mas também para falar de amor. Porque religião de verdade prega o amor, o respeito e a união”, explicou Mãe Rita.
Ela informou ainda que outro objetivo da Caminhada foi o de lançar uma semente fértil de luta e escrever uma importante página na história de Itacaré contra o preconceito e contra a liberdade de culto. “Nosso silêncio permitirá que a intolerância conquiste cada vez mais espaço em Itacaré. Por isso é que lançamos o nosso grito. Mudar essa realidade, lutar pelo respeito às crenças, assegurar os direitos e preservar a paz, é dever de todos nós”, complementou.
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